Cientistas publicam livro sobre colheita e beneficiamento de frutas e hortaliças
Editado tecnicamente pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária e professor credenciado na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp, Marcos David Ferreira, o livro Colheita e Beneficiamento de Frutas e Hortaliças, dirigido a técnicos e produtores, tem como principal proposta levar conhecimento e tecnologias sobre a qualidade do produto, desde a colheita até a embalagem. A publicação mostra em suas 144 páginas o esforço de cientistas de renomadas instituições em somar competências para que o setor no Brasil ocupe lugar de destaque no cenário nacional e internacional tendo como base a produção sustentável. Os autores, 17 no total, destacam nos dez capítulos do livro, ilustrado com gráficos, fotos e tabelas, o manuseio dos produtos, a seleção nas linhas de beneficiamento, a escolha da melhor metodologia de trabalho e de equipamento e a redução do estresse pós-colheita, visando a qualidade e a redução das perdas, que são em torno de 30 a 40%.A publicação aponta o país como um dos grandes produtores de frutas e hortaliças, sendo o segundo em frutas, mas que ainda precisa avançar no quesito qualidade do produto tanto para consumo interno quanto para o mercado externo. O primeiro capítulo, produzido pelo editor técnico e o professor da Feagri, Paulo Sérgio Graziano Magalhães, aborda os desafios e tipos da colheita de frutas e hortaliças e as grandes perdas causadas por danos físicos. Eles destacam neste capítulo a colheita mecânica, na qual é exigido cuidado especial, porque o custo da colheita, carregamento e transporte até o centro de beneficiamento pode chegar a 50%. De acordo com estes autores, a metodologia para avaliação do desempenho das colhedoras de frutas e hortaliças depende principalmente da cultura, devido às peculiaridades que tornam o teste específico. Unidades móveis de colheita e beneficiamento de frutas e hortaliças são assuntos do segundo capítulo abordado pelo professor da Feagri, Oscar Antonio Braunbeck, no qual aponta como principais perdas da pós-colheita o manuseio, o transporte e armazenamento inadequados do produto desde a colheita até a chegada ao consumidor final. O professor destaca necessidade do desenvolvimento de sistemas de beneficiamento que garantam a manutenção da qualidade do produto, descrevendo os princípios e as características voltados ao desenvolvimento de um projeto para unidade móvel de auxílio à colheita para frutas e hortaliças, podendo o leitor visualizar a planta da unidade, com explicação detalhada. Este capítulo ainda traz os riscos no desenvolvimento da tecnologia, minuciosamente descritos com o apoio de ilustrações e cálculos matemáticos. O editor técnico Marcos David é também responsável pelo terceiro capítulo "Beneficiamento de frutas e hortaliças", oferecendo ao público as principais informações e princípios básicos relativos ao tema, como características do beneficiamento e suas etapas, que somam dez no total e que são descritas no capítulo com dados e riqueza de fotos. Ana Maria de Magalhães e o editor técnico abordam no quarto capítulo Avaliação da etapa de limpeza em sistemas de beneficiamento e classificação a necessidade de um produto pronto para consumo estar limpo para não comprometer a segurança alimentar do alimento. Os autores apontam métodos utilizados para avaliar a limpeza e métodos comparativos. O quinto capítulo, que também traz a participação do editor técnico e de Paulo Roberto Ferrari da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) tratam da classificação de frutas e hortaliças e como ela pode ser realizada, manual ou por meio de equipamento, rendimento entre um método e outro, e tipos de classificação do sistema mecânico. O sexto capítulo "Aplicação de ceras em frutas e hortaliças" reúne cinco cientistas, sendo dois da Embrapa Instrumentação, Odílio Benedito Garrido de Assis e Marcos David Ferreira; uma da Tanquímica Indústria e Comércio Ltda, a química Marilene De Mori Morselli Ribeiro; uma da Feagri, a mestranda Márcia Eiko Atarassi; e uma do Instituto de Biociências da Unesp, a professora Giuseppina Pace Pereira Lima que apontam as perdas no pós-colheita na produção e comercialização de frutas e hortaliças. Os autores informam que as perdas variam de 25 a 80%, dependendo do produto e da tecnologia aplicada e que as perdas são conseqüências de uma série de fatores conjugados que vão da ausência de políticas específicas para o setor até a aplicação de tecnologias adequadas para o transporte e conservação da qualidade do alimento. Eles discutem a aplicação de cera na superfície como alternativa para auxiliar na redução das perdas pós-colheita de alguns produtos frescos, razões para aplicação, o uso de filmes e coberturas, tipos de coberturas, métodos de aplicação e resultados já obtidos com a aplicação de ceras em frutas e hortaliças. Assim como o sexto o sétimo capítulo também reúne cinco cientistas para discutir os "aspectos ergonômicos e de segurança laboral em unidades de beneficiamento de frutas e hortaliças. Os doutorandos da Feagri, Celso de Oliveira Braga e Ivan Augusto Vall Ribeiro; Marco Antonio Martins da Metso Brasil Indústria e Comércio Ltda; e os professores da Feagri, Roberto Funes Abrahão e Mauro José Andrade Tereso, mostram como ainda são raros os estudos sobre riscos ocupacionais e sobre as exigências laborais em Unidades de Beneficiamento de produtos agrícolas, o que justifica a utilização dos conceitos de ergonomia para se conhecer as dificuldades e os riscos nas atividades de trabalhos desenvolvidos nestes setores. Os pesquisadores discutem a movimentação manual de carga em unidades de beneficiamento com ilustração do corpo humano e o reflexo do impacto da carga. O capítulo ainda traz uma lista de verificação de inspeção de segurança do trabalho em unidades de beneficiamento de tomate. O chefe-geral da Embrapa Hortaliças, Celso Luiz Moretti, com a pesquisadora desta mesma unidade, Leonora Mansur Mattos, retratam as boas práticas agrícolas na pós-colheita de hortaliças; as principais etapas e perigos associados ao manuseio pós-colheita de hortaliças; colheita e transporte do produto colhido para o galpão de beneficiamento; recepção e lavagem das hortaliças; seleção e classificação; resfriamento rápido; embalagens; armazenamento refrigerado; limpeza e sanificação de equipamentos e superfícies; prevenção de contaminação cruzada; saúde e higiene dos trabalhadores e instalações sanitárias e rastreabilidade. O nono e o décimo capítulos são produzidos por pesquisadores da Embrapa Instrumentação, sendo o primeiro pelo editor técnico e Adonai Gimenez Calbo sobre Avaliação para incidência de danos mecânicos em frutas e hortaliças" e o último por Calbo sobre a Fisiologia dos danos mecânicos em frutas e hortaliças, nos quais os autores descrevem as perdas no pós-colheita, os motivos, métodos para mensurar a magnitude do impacto, os tipos de testes feitos em laboratórios para indução e simulação de danos físicos ocorridos na pós-colheita de frutas e hortaliças; uso da tomografia de ressonância magnética para avaliar os estados químico e fisiológico do interior de frutos e hortaliças. As forças estáticas e dinâmicas que causam danos mecânicos às frutas e hortaliças são apontadas por Calbo como muito simples e que envolvem fatores físicos bem definidos em termos de força, pressão, impulso e da elasticidade que reduz a energia absorvidas em choques ou impactos. O autor discute as deformações elásticas e plásticas; os sistemas supracelulares que compõem os órgãos vegetais; forças internas que estabilizam os órgãos vegetais; razão de compressão; pressão de agregação celular; cisalhamento celular; compressões, pilhas e embalagens; choques e impactos em pós-colheita; fisiologia de órgãos sujeitos a estresses mecânicos; métodos de avaliação de resistência mecânica e estresses mecânicos e a definição da altura de pilhas e embalagens.
O livro, embora de grande relevância, não será comercializado e sim doado às instituições de ensino e pesquisa que solicitarem o exemplar. A doação será realizada de acordo com estoque, que é limitado. Colheita e Beneficiamento de Frutas e Hortaliças é uma obra editada pela Embrapa Instrumentaçãocom o apoio da Embrapa Hortaliças e Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp e Financiada com recursos do Banco Mundial, via Projeto de apoio ao Desenvolvimento de Tecnologia Agropecuária para o Brasil (Prodetab), Proposta para melhoria da qualidade e diminuição das perdas pós-colheita em tomate de mesa, coordenado pelo professor da Feagri, Luís Augusto Barbosa Cortez.
Interessados em adquirir o livro entrar em contato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão): sac@cnpdia.embrapa.br
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